Chico Cascateiro
Chico Cascateiro | |
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Nascimento | século XIX |
Morte | século XX |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | Cascateiro |
Obras destacadas | Coreto de Carmo de Minas (Chico Cascateiro) |
Francisco da Silva Reis, vulgarmente conhecido como Chico Cascateiro, é um dos notórios cascateiros do século XIX no Brasil, isto é, das pessoas especializadas na construção de cascatas para jardins, muito embora seus trabalhos possam incluir a ainda a construção pontes, bordas de repuxos, tanques e lagos, cascatas e grutas artificiais, miradouros, coretos, bancos, quiosques, mesas e caramanchões.[1]
Obras
[editar | editar código-fonte]As obras de Chico Cascateiro, ao que tudo indica, ficaram restritas ao sul mineiro.[1] Foram localizadas obras do artífice nas cidades de Caxambu, Baependi, Carmo de Minas, Passa Quatro, Cristina, Maria da Fé e numa fazenda em Itajubá, em praças, jardins públicos, residências urbanas e em fazendas, sempre com as mesmas técnicas de falseamento da natureza em cimento armado.[1] A cidade de Caxambu, em especial, agrega um número significativo de obras do cascateiro.[2] Guilherme Nogueira de Andrade, redator-proprietário do Jornal de Caxambu, registrou os trabalhos que o cascateiro realizava na cidade:[1]
“ | Não é demais avançar que, sob o envolucro de um simples operario, se occulta um extraordinario e perfeito artista. Os trabalhos rústicos do sr. Francisco da Silva Reis realizados nesta cidade aattestam, com prodigiosa exactidão, o que vimos de affirmar. A orla do Jardim Municipal, em cimento armado, emitando, como ao natural, a madeira tosca; os pontilhões sobre o Bengo, ligando os lados do gracioso e poetico jardim; os bancos gothicos, aqui e alli, pela sombra do arvoredo; o grande bloco ou rocha como centro do pequeno lago e que serve de base a fonte luminosa, formando, em torno, linda cascata; a cascatinha do lindo coreto do jardim, etc; tudo está em relevo, como se fôra obra da natureza! Os grupos de assentos toscos, emitação de madeira, em diversos pontos, a graciosa choupana como abrigo da bomba de excuamento de aguas pluviaes e, para maior realce, a elegante e soberba cascata e respectivo lago, fazendo-se em ponto culminante para o enlevo, agreste, de veranistas que, emmages todos grupos, posem para as classicas e proverbiaes photographia dos que aqui passam as temporadas em plena villegiatura. Em todos esses maravilhosos trabalhos de pura emitação da natureza e fina arte, ficará perpetuado o nome de Francisco da Silva Reis, o inimitavel e prodigioso cascateiro.[1] | ” |
— Guilherme Nogueira de Andrade, redator-proprietário do Jornal de Caxambu |
Referências
- ↑ a b c d e Magalhães, Cristiane Maria; Magalhães, Cristiane Maria (Setembro de 2017). «Obras rústicas e ornamentos: os artífices e a técnica da rocaille para jardins e parques urbanos no Brasil entre o final do século XIX e o início do XX». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. 25 (3): 19–57. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/1982-02672017v25n0301
- ↑ «SENAC Minas Gerais - DescubraMinas». www.descubraminas.com.br. Consultado em 8 de março de 2020
Leituras adicionais
[editar | editar código-fonte]- TERRA, Carlos. O jardim no Brasil no século XIX: Glaziou revisitado. Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2000.